O QUE SE ODEIA NO ÍNDIO.
O que se odeia no índio não é apenas o ocupar do espaço.
O que se odeia no índio é o puro animal que nele habita,
é a sua cor em bronze arquitetada.
A precisão com que a flecha voa
e abate a caça;
o gesto largo com que abraça o rio;
o gosto de afagar as penas e tecer o cocar;
O que se odeia no índio
é o andar sem ruído;
a presteza segura de cada movimento;
a eugenia nítida do corpo erguido contra a luz do sol.
O que se odeia no índio é o sol.
A árvore se odeia no índio.
O rio se odeia no índio.
O corpo a corpo com a vida
se odeia no índio.
O que se odeia no índio
é a permanência da infância.
E a liberdade aberta se odeia no índio.
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