FRANCISCO, UMA LUZ NA ESCURIDÃO RELIGIOSA
A religião deveria servir para nos esclarecer, elevar o espírito e a proximidade com todos os seres humanos e a harmonia com as cosias da natureza, e acho que em partes ela ajuda nisso dependendo do indivíduo, mas no geral o que vemos, e a história está aí para comprovar, é a promoção de conflitos. E esses conflitos são facilmente encorajados por vários trechos dos maiores livros sagrados da humanidade (inclua aí a Bíblia, o Torá, o Alcorão, dentre outros) onde podemos encontrar passagens que endossam a escravidão, pregam o genocídio, incentivam a busca pelo poder e o belicismo, a superstição galopante, forasteiros são vistos como inimigos, dividem as pessoas em conhecedoras e estranhos e criam um grande entrave aos avanços científicos.
A inquisição, as cruzadas, os sacrifícios humanos na Birmânia budista, assassinatos pela seita Thug, o Massacre de Montain Meados, a Caça às Bruxas, a perseguição romana aos cristãos, o sacrifício humano pelos astecas, Jihads Islâmicas, são só alguns dos episódios em que o uso do nome de Deus ou do divino através das religiões, seitas e a teocracia nos conduziu a momentos sombrios e devastadores, e quisera nós que tudo isso fosse parte apenas do passado.
Hoje continuamos no limbo da ignorância e intolerância em patamares que a cada dia se aproximam da barbárie, você duvidaria que Hitler poderia ser eleito no Brasil atualmente ou até quem sabe na Europa usando o nome de Deus?
Coloque aí o estado Islâmico, a pedofilia, a centralização do poder religioso, a submissão da mulher, isso pra falar de alguns aspectos, no entanto tem outros fenômenos que assustam ainda mais, a proliferação das igrejas ditas pentecostais, principalmente nas periferias do país e atingindo a classe mais pobre e numerosa é uma delas, tratando a fé como um grande negócio e levando seus dogmas e preceitos para dentro do parlamento brasileiro; a última vez que tivemos uma época em que houve a junção do estado com a igreja no mundo, ela, ficou conhecida como a idade das trevas. Irmãos, basta ver a “cara e coroa” da bancada evangélica pra tremer qualquer espírito do bem.
Em 2010, o sociólogo Phil Zuckerman lançou o livro “A Sociedade Sem Deus: O que as nações menos religiosas podem nos dizer sobre o Contentamento” e no livro junta provas de que as sociedades menos religiosas tendem a ser mais pacíficas, justas, promissoras, com políticas públicas eficientes enquanto diminuem a ânsia pela fome econômica.
Porém nem tudo é escuridão entre o céu e a terra, mesmo ainda distante de reformulações permanentes um líder religioso mundial vem tentando trazer um novo diálogo pra dentro da catedrais, uma argentino gente boa chamado Papa Francisco.
O Papa Francisco abriu o Palácio Apostólico logo depois do conclave que o elegeu, foram abandonados os privilégios, incluindo os dele próprio que passou a morar na residência de Santa Marta, trocou o carro de luxo por um simples e foi encontrar as pessoas. Mas a “revolução” de Francisco envolvem questões ainda mais profundas, Ele modificou a aproximação da igreja com os homossexuais, com o divorciado, criou um discurso em favor do meio ambiente, da democracia nas nações do mundo, critica o consumismo, prega solidariedade, parece levar a sério o compromisso da igreja com os pobres, nenhum Papa foi tão longe quanto a condenação do capitalismo, promoveu a reforma financeira, a tolerância zero contra os abusos de menores, a abertura da igreja periférica e a ordenação de novos cardeais.
Um sul-americano na liderança da igreja católica por si só já seria um fato histórico, mas Francisco, mesmo com forte oposição dentro da própria igreja e a dúvida sobre até que ponto o processo de reformas terá consistência e será de forma irreversível nos traz uma luz na histórica escuridão religiosa e no mínimo já se transformou no Papa mais simpático dos tempos modernos.
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