A MACONHA, A GUERRA E A POLÍTICA Entrevista Sobre a Legalização da Cannabis Sativa com Ronaldo Serra - 11 PERGUNTAS
Poucos políticos, mesmo alguns "progressistas", se arriscam a opinar sobre temas polêmicos, é muito mais cômodo e vantajoso se fingir de morto e empurrar com a barriga, ao dar opiniões que possam gerar uma visão negativa ao eleitorado. Entram nessa lista de temas o aborto, casamento homoafetivo, maioridade penal, dentre outros.
A legalização da cannabis sativa, ou mais popularmente conhecida maconha, movimento que ganha a cada dia mais força no mundo, (o México mais recente resolveu mexer no vespeiro regulatório das drogas e o novo presidente lançou dados sobre o tema no sentido de usar a legalização como ferramenta de nova política de segurança pública), é um desses “pepinos” que raramente os políticos brasileiros defendem publicamente, mesmo aqueles que nos bastidores são a favor; o ex-presidente FHC é uma excessão em meio a essa fumaça de omissão, e fala abertamente sobre a questão, inclusive em 2011 lança um filme sobre a descriminalização, o “Quebrando Tabu” (veja link a baixo).
No Maranhão temos um movimento ligado à causa, em junho deste ano houve uma passeata que culminou com shows e a presença de militantes e simpatizantes.
O jovem pré candidato a deputado federal de 28 anos Ronaldo Serra, pelo Podemos, foi um dos participantes dessa marcha e fala com orgulho de ter sido o único político maranhense a se mostrar sem medo, ele que que é LGBT, é também o único que assinou o termo de compromisso com a Aliança Nacional LGBTI no nosso estado, e está ligado a outros temas como direitos de pessoas com deficiências, direitos das mulheres, educação e cidadania, renovação política, dentre outros, e falou do assunto "legalização da maconha" no nosso blog Ácido e Ópio, confira a entrevista no quadro “11 perguntas”
01- Porquê tu acha importante a legalização da cannabis sativa?
É uma questão de salvar vidas, tanto do ponto de vista da medicina, pois ampliaria bastante o campo da pesquisa com a diminuição da burocracia, quanto do ponto de vista da segurança e saúde pública, uma vez que ficaria sob a tutela do estado o estabelecimento de padrões de qualidade na produção e sem contar que iniciaríamos a findar a guerra do tráfico ilegal que gera bastante violência e em sua maioria é comandada pelos ditos criminosos de "colarinho".
02- Só a cannabis, ou todas as drogas hoje ilegais? porquê?
Drogas como Álcool e medicamentos variados já são legalizadas, a cannabis sativa viria apenas ampliar este rol de substâncias, porém com um foco inicial de uma legalização voltada para ampliação do aproveitamento no campo da medicina e melhoria da segurança pública.
03- Que relação tu faz com a ilegalidade da cannabis e a violência nas cidades?
A juventude pobre, negra e de periferia é quem mais sofre com a criminalização de uma substância que poderia ter um uso medicinal e social mais amplo. Enquanto que aqueles que realmente são os capazes de movimentar todo esse comercio ilegal permanecem ilesos e livres de qualquer abordagem. Isso acaba tornando a perseguição à substância mais um meio de manter certas classes populares sob controle do que um fim em beneficio da Sociedade.
04- Legalizando aumentaria ou diminuiria o consumo?
Creio que o consumo ampliaria, porém, não é algo para se alarmar pois seria com uma qualidade infinitamente superior, tendo em vista que hoje a substancia é fornecida nos mercados ilegais sem qualquer tipo de supervisão de qualidade a fim de não ser nociva ao cidadão.
05- Que experiências positivas no mundo tu poderia nos dar em países que legalizaram ou abrandaram as leis sobre as drogas?
Amplitude de arrecadação do Estado, que passa a cobrar impostos, melhoria da medicina no combate aos indivíduos que forem dependentes igualmente ocorre com os viciados em bebidas alcóolicas.
06- O Brasil está preparado para esse debate?
A priori não, essa revolução precisa iniciar nas instituições dos variados graus de ensino e no campo teórico para depois ser colocada em prática.
07- O que mais dificulta a legalização?
Os interesses de políticos e grandes empresários que movimentam na origem a cadeia de evolução do tráfico de drogas.
09- O movimento local é organizado de que forma, existe uma militância ativa e organizada?
Não me sinto com local de fala nesta pergunta por não ser ativista do movimento, apenas compareci a rodas de discussões e alguns atos, mas nada que me garanta avaliar a militância.
10- Que outros temas você vai levar para discussão durante a sua campanha?
Lutaremos pelos direitos LGBT, da mulher, do jovem negro e de periferia, bem como da pessoa com deficiência, idosos e juventude quilombola.
11- Que outro aspecto ou discussão sobre o tema você poderia citar?
Não, tá de boa.
Para saber mais sobre Ronaldo Serra
Contribuição ortográfica: Flávia Jeonara
Quebrando Tabu
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