CANECA VELHA
Eu tenho uma caneca velha e já a tenho há muito tempo
Minha caneca velha ta meio amassada e desconforme
E os seus beirais já não são mais tão perfeitos, mas como
não tenho boa memória
Talvez eles nunca tenha sidos ou sempre foram.
Minha caneca velha já matou a minha sede como vários rios,
Já embriagou meus delírios e me segurou quando da vida
insegura.
Minha caneca velha todo mundo pode ver, o material não é
muito bom, vale uns tostões nas feiras da vida mas ela sempre me encheu de alegrias, alegrias que as vezes a
enchia de lágrimas.
metal, madeira, barro... não cabe gota nenhuma, mas com minha
caneca velha eu imagino outro lugar além mar, lua, estrada.
Minha caneca velha as vezes parece até ter vontade própria, numa
temperamental, noutra egoísta me prometendo a solidão mas no fundo o que ela mais
quer é beijar a minha boca e molhar as flores que semeiam minhas Raízes.
Minha caneca velha é minha, mas nunca foi só minha, pois os
goles sempre transbordam mandando risos e quando eu percebia que não ficaria
só, pra ela dava uma piscadela em conspiração.
Minha caneca velha vive comigo e continuará mesmo depois da
sorte.
O meu vizinho tem uma bela taça, guardada a sete chaves,
cristalina, valiosa, intocável e vazia.
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